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O Que a Ressurreição de Cristo Não Significa


Hélio O. Silva = 16/04/2009
O Que a Ressurreição Não Significa!

Primeiro: Não cremos que o Senhor ressurreto é apenas uma influência que sobreviveu, no sentido de que a memória do seu exemplo continua sendo uma inspiração para nós. Isso é o que o mundo faz, por exemplo, com Che Guevara. Em vários muros de nossa cidade, podemos ler a frase: “Che Guevara vive!”, mas todos sabemos que ele está morto, e recentemente seus ossos foram encontrados na Colômbia e transportados para um enterro mais decente em Cuba. A grande declaração do Novo Testamento não é “Cristo vive!”, mas “Cristo ressuscitou!”

Segundo: Não cremos que o Senhor ressurreto é um cadáver ressuscitado. Ressurreição é muito mais do simplesmente reviver, ou voltar à vida. Cristo não ressuscitou no mesmo sentido em que ele ressuscitou a filha de Jairo (morta sobre uma cama), ou ao filho da viúva de Naim (dentro de um caixão, a caminho do cemitério); ou a Lázaro (que já estava enterrado há 4 dias). Ressurreição é diferente de ressuscitação. Ele não voltou à vida vulnerável que tinha antes, porque ao ressuscitar, foi elevado a um novo nível de existência, em que ele já não era mais mortal, mas estava “vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1.18). Ele não era um fantasma etéreo que na linguagem do filme “Gasparzinho”, tinha “negócios pendentes a resolver”. Ele ressurgiu da morte em todo o seu poder de Rei!

Terceiro: Não cremos que o Senhor ressurreto é uma religião resgatada na experiência dos discípulos. O evangelho não é a descrição da interpretação dos discípulos a respeito da cruz de Cristo. A ressurreição não é apenas um testemunho da fé da igreja, ou seja, o testemunho daquilo que eles decidiram crer quanto aos eventos relacionados à crucificação de Jesus. Vista assim, seria apenas uma experiência pessoal e subjetiva a respeito de Cristo, e não a fé objetiva, clara e histórica num fato verdadeiro que aconteceu.

Quarto: Não cremos que o Senhor ressurreto é uma personalidade desenvolvida; ou seja, alguém que avançou no seu desenvolvimento pessoal alçando a uma posição espiritual superior. Isso é espiritismo. O que Cristo fez na cruz e ratificou na ressurreição não foi a abertura de um caminho de crescimento espiritual, mas foi uma obra de redenção de pecadores (Lc 24.46,47). Não cremos que a ressurreição seja a obtenção de um novo “conhecimento espiritual” uma nova “gnose”, mas a realização de nossa salvação!

Quinto: Não cremos que o Senhor ressurreto é apenas uma experiência ativa do Espírito. Muitos querem que encaremos a ressurreição como um evento presente e não um evento passado. Isso é muito fácil de ser percebido nos cartões de páscoa que dizem: “Que Cristo ressuscite em seu coração nessa páscoa”. Essa tendência confunde o Cristo ressurreto com a ação do Espírito na Igreja. Pois acredita que uma vez que a nossa fé é uma experiência com o Cristo ressurreto, e que ele se manifesta hoje através do Espírito, então a ressurreição só pode ser entendida como a manifestação do Espírito hoje na comunhão da igreja e na expressão comunitária do amor de Cristo. A ação do Espírito não visa substituir ou suplantar a Cristo, mas visa conduzir-nos a ele (Jo 14.26; 16.13,14).

Ao contrário disso tudo, Jesus afirma que ele é uma pessoa transformada. Ele é a mesma pessoa (Lc 24.39), mas a ressurreição lhe deu um corpo glorificado, transfigurado e transformado, dotando-lhe de novos poderes e conferindo-lhe imortalidade. Deus não permitiu que o seu Santo visse corrupção (Sl 16.10); Deus interferiu no processo natural da decomposição e corrupção do corpo de Jesus no túmulo, resgatando-o do reino da morte e transformando o seu corpo num veículo adequado para a expressão de sua personalidade vitoriosa! É nisso que nós cremos ao afirmar a ressurreição. A ressurreição é um evento físico, objetivo e histórico. Ela aconteceu realmente, envolvendo o corpo real de Cristo; é um evento datável na cronologia do tempo e da história mundial. Ela é pesquisável, no sentido de que a Bíblia nos fornece elementos suficientes para entendê-la e crer na sua veracidade, habilitando-nos a entregar confiadamente as nossas vidas em suas mãos (Jo 17.3). Creia na ressurreição!
Com amor, Pr. Hélio.

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