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Forum Romano - Corinto |
Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
09 = 2 Coríntios
6.14-7.16 – Realidades Inegociáveis
Na Vida Cristã (12/11/2014).
Grupo de Estudo do Centro – Agosto a
Dezembro/2014
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Adair B.
Machado.
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Comentários Expositivos Hagnos – 2
Coríntios – Hernandes Dias Lopes, Hagnos, p.170-184.
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Sem. Adair Batista Machado.
Introdução:
Paulo introduz um novo assunto aos crentes de
Corinto. Ele introduz uma série de exortações que são fundamentais para a vida
cristã, daí chamá-las de inegociáveis. Ele apresenta cinco verdades
fundamentais: uma aliança desigual (6.14-16); uma separação necessária (6.17);
uma purificação abrangente (7.1); uma acolhida solicitada (7.2-4) e uma
consolação restauradora (7.5-16).
1. A aliança desigual (6.14-16)
à 1o lugar – uma exigência clara (6.14a): “Não
vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos”
O pano de fundo era a proibição de atrelar animais
diferentes debaixo do mesmo jugo (Dt 22.10);
Era proibido fazer cruzamento de animais de
diferentes espécies (Lv 19.19);O boi é um animal limpo enquanto o jumento era
impuro. Paulo era sensível aos costumes de sua época e recomenda que coisas
essencialmente distintas e incompatíveis não devem ser unidas; isto inclui na
metáfora o casamento (1Co 7.12-15) e os problemas éticos tratados em 1Co
6.5-10; 10.14; 14.4. Não se deve comprometer a coerência cúltica e ética (1Co
5.9-13); a integridade e os padrões morais da fé cristã (1 Co 9.19-23).
Na vida
conjugal, o casamento entre um cristão e uma incrédula (vice-versa) está em
desacordo com a Palavra de Deus (1Co 7.39). Este princípio foi desobedecido
pelos israelitas (Ne 9.2; 10.28; 13.1-9. 23-31); práticas cultuais pagãs, o propósito é evitar que o crente se una
aos incrédulos no culto pagão (1 Co 10.14-22).
à2o lugar – uma impossibilidade absoluta (6.14b-16a)
– 5 perguntas retóricas e antitéticas: A esfera
do comportamento moral (justiça / injustiça – 6.14); entendimento espiritual (luz / trevas – 6.14); autoridade (Cristo / Maligno – 6.15); fé (crente / incrédulo – 6.15); adoração
(santuário de Deus / ídolos – 6.16 [1Rs 8.27; 2Cr 6.18; Is 66.1,2; At 7.49,
50]);
à 3o lugar – Uma conclusão inequívoca (6.16b) – “Porque
somos santuário de Deus; Serei seu Deus e eles serão meu povo”. Deus habita no
crente individualmente (1Co 6.16-20); habita na igreja (1 Co 3.16, 17); o Pai
(Ef 3.19), o Filho (Ef 1.23) e os Espírito Santo (Ef 5.18) habitam em cada
crente.
2. Uma separação necessária (6.17, 18).
“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos
di\ o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso
Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor, Todo-Poderoso” (2Co
6.17, 18).
à1o lugar – Uma separação exigida – a igreja está no
mundo, mas não é do mundo. A igreja deve estar no mundo, mas o mundo não deve
estar na igreja. Embora a igreja viva numa sociedade pagã, não deve fazer parte
de suas práticas pagãs. Deus advertiu Israel a não se misturar com as nações pagãs
(Nm 33.50-56). Jesus falou da necessidade de nos guardarmos da contaminação do
mundo (Jo 17.14-17). William Barclay fala de três áreas que se precisa
abandonar quando se converte: Ofício
– se o ofício é contrário ao Reino de Deus, deve ser abandonado e o crente
precisa trocar seu ofício; Vida social
– se houver necessidade de se prestar homenagens a ídolos, deve ser abandonada.
É a opção entre servir a Cristo ou aos ídolos; Vida familiar – quando a conversão traz conflitos com a parentela,
eventualmente é preciso deixa-la para trás, se não houver compreensão e/ou
conversão por parte dos familiares.
à 2o lugar – uma comunhão oferecida – (6.17b, 18).
“[...] eu vos receberei, serei vosso Pai. E vós sereis para mim filhos e
filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”. Na mesma medida que o crente se afasta do
mundo, aproxima-se de Deus. Ao romper laços com o mundo, estreita-os com Deus.
A amizade com o mundo é inimizade com Deus (Tg 4.4); Amar o mundo é desprezar o
amor de Deus (1Jo 2.15-17). Conformar-se com o mundo, é deixar de ser
transformado por Deus (Rm 12.1,2). Viver no mundo é ser condenado com ele (1Co
11.32).
3. Uma purificação abrangente (7.1)
A ruptura ética com o antigo modo de vida deve ser
decisiva e, ao mesmo tempo, abrangente, “de toda impureza da carne e do
espírito”, isto é, de pecados exteriores e interiores. Paulo destaca duas
coisas:
àO lado negativo da santificação (7.1a) – a impureza da carne inclui todasas formas
de impurezas físicas, e as do espírito cobre as impurezas interiores da vida,
motivações, desejos e pensamentos. O filho pródigo cometeu os pecados da carne,
enquanto seu irmão virtuoso cometeu
os pecados do espírito.
àO lado positivo da santificação (7.1b) – “[...] aperfeiçoando
a nossa santidade no temor de Deus”. Ao desembaraçarmo-nos de todo tipo de
impurezas da carne e do espírito, progressivamente tornamo-nos semelhantes a
Jesus. A santificação é um processo contínuo que dura enquanto dura a vida na
terra. Nosso objetivo é atingir a estatura do varão perfeito, como orava Robert
McCheyne: “Senhor, faz-me tão santo
quanto é possível a um homem ser santo deste lado de cá do céu”.
4. Uma acolhida solicitada (7.2-4)
A partir daqui, Paulo volta a falar de seu
relacionamento com a igreja de Corinto. Esses interlúdios de Paulo são
verdadeiros tesouros bíblicos (2.14-7.4; 1Co 13; Fp 2.5-11). Neles ele
compartilhava suas lições mais profundas.
Paulo abrira seu coração ao expressar seu profundo
amor pela igreja de Corinto (6.11,12); rogara-lhes a retribuição do seu amor
(6.13). Agora ele pede que eles o hospedem em seus corações e dá as razões para
este acolhimento.
à 10 lugar – Ele não tratou ninguém com injustiça(7.2).
– Elenão era mercenário, mas pastor. Ele fora a Corinto para apascentar as
ovelhas que lá estavam e não para explorá-las. Seu propósito era servi-los.
Temos visto muitos líderes inescrupulosos que se abastecem das ovelhas em vez
de pastoreá-las.
à 2o lugar – Ele não corrompeu ninguém (7.2).– Seu
exemplo e ensino não corrompeu ninguém nem causou danos à igreja. Há líderes
que em vez de guiar o povo de Deus para a verdade, desvia-o pelos atalhos da
heterodoxia e do descalabro moral.
à 3o lugar – Ele não explorou ninguém (7.2).– Isto é,
ele nunca procurou extrais lucro financeiro de ninguém, nunca defraudou ou agiu
desonestamente em benefício próprio. Ele não cobiçou de ninguém o ouro ou a
prata. Antes, trabalhou com as próprias mãos para se sustentar e ajudar aos
necessitados.
à 4o lugar – Ele sempre manteve uma lealdade sincera
(7.3) – A ideia básica é que as pessoas assim envolvidas, segundo Kruse, nutrem
entre si uma amizade que se sustentará ao longo da vida e as manterá unidas até
mesmo na morte. A comunhão cristã é sólida, profunda e duradoura que somente a
morte pode encerrá-la. Somos um aqui e o seremos por toda a eternidade (Jo
17.24).
à 5o lugar – Ele sempre acreditou na lealdade dos irmãos
(7.4). A despeito dos ataques contra a integridade do
apóstolo (7.12), Paulo ainda acreditava fortemente na lealdade básica dos
coríntios para com ele.
5. Uma consolação necessária (7.5-16)
A consolação pode ser vista aqui sob três
perspectivas distintas: a consolação de Tito para Paulo; de Paulo aos coríntios
e dos coríntios a Tito.
è Tito consola a Paulo (7.5-7) – Há aqui uma retomada do assunto deixado no
cap. 2.13. A visita de Paulo a Corinto foi um fracasso sob qualquer ponto de
vista. Tudo dera errado. Ela partiu de lá e foi para Trôade, do outro da baía.
Embora uma porta de evangelização estivesse aberta, não teve paz e foi para a
Macedônia. Lá chegou e não encontrou Tito (2.12,13). Sua permanência foi
atribulada ali também (7.5). Paulo escreve uma carta à igreja de Corinto,
dolorosa e carregada de recomendações para disciplinar o membro faltoso daquela
igreja. Estava ansioso e aflito com a resposta que receberia. Tito chega com
boas notícias de Corinto e isto foi um bálsamo para Paulo. O próprio Deus, Pai
de toda consolação (1.3) consolou-o com a chegada de Tito (7.6). Deus jamais
abandona seus filhos e seus cuidados são percebidos quando estes experimentam
sofrimentos, tanto físico quanto mentais, por amor ao seu reino. O consolo de
Paulo foi triplo: feliz com a resposta positiva da igreja; feliz com a maneira
amorosa com que a igreja tratou a Tito; e, feliz com a manifestação de saudade
que a igreja manifestou por ele (7.7).
è Paulo consola os coríntios (7.8-13a) – Paulo explica-lhes que não havia
intenção de feri-los com a espada da tristeza, mas curá-los com o bisturi do
arrependimento. Ele está feliz porque os coríntios estão tristes (7.9),
contudo, sua tristeza manifesta arrependimento, que produz vida. Dois tipos de
tristeza: a piedosa = arrependimento è produz vida; a tristeza
mundana = remorso è produz morte.
A tristeza piedosa produz vida (7.9,10a) – é a tristeza que faz o homem fugir do
pecado para Deus, leva o homem a abominar o pecado e não apenas as
consequências dele. A tristeza pelo pecado produz arrependimento verdadeiro, e
o arrependimento envolve três áreas vitais: razão, emoção e vontade.
A tristeza mundana produz morte (7.10b) – é a tristeza que se enroscam no cipoal da
culpa e da autoflagelação. É a tristeza daqueles que foram apanhados em pecado
e não estão quebrantados, mas envergonhados porque foram apanhados em pecado. É
a tristeza do remorso.
è Os coríntios consolam a Tito (7.13b-16) – Tito seguiu para Corinto carregado de
preocupações. Paulo ficou feliz quanto soube que ele foi bem recebido por toda
a igreja. Paulo se sentiu consolado porque não fora envergonhado por ter se
gloriado perante Tito quanto à hospitalidade dos coríntios (7.14). Receberam-no
como autoridade representativa de Paulo (7.15), e Paulo conclui a respeito
desta consolação restauradora, afirmando: “Alegro-me, pois em tudo posso
confiar em vós” (7.16).
Aplicações:
1. O cristão é exortado a
cuidar de seus relacionamentos para que estes não se transformem em obstáculos
no desenvolvimento espiritual; todas as áreas de nossa vida são afetadas;
casamento, família, trabalho, vida social, etc.
2. Somos advertidos que não
somos deste mundo, embora vivamos nele. Somos cidadãos do céu e embaixadores de
Deus neste mundo. Devemos procurar viver vidas santas e agradáveis a Deus, que
é nosso Senhor.
3. Somos incentivados a progredir
no nosso processo de santificação, diariamente, a fim de nos tornarmos
semelhantes a Cristo.
4. Apesar das dificuldades, das
angústias e aflições, Paulo nos exorta a mantermos os olhos postos em Deus. Ele
é quem nos consola e provê todas as nossas necessidades.