
Hélio O. Silva = 05/01/2011.
Se Quiseres, Podes Purificar-me (Lucas 5.12-16)
Feche seus olhos, imagine a cena. Um homem coberto de lepra e cerimonialmente imundo. O outro totalmente puro. Quem sabe de onde ele veio? O fato é que apareceu ali, diante de Jesus e se dirigiu a ele sujo, desfigurado, irreconhecível, intocável, intratável, miserável, condenável... Mas ele apareceu ali diante de Jesus, dos discípulos e de toda a multidão. Ele veio gritando como podia: “_ Imundo! Imundo!” para que todos se afastassem, até chegar à presença de Jesus.
Trazia consigo o seu sofrimento e a sua dor. Por fora no seu corpo roído pela enfermidade até então sem cura. Sua doença estava em estado avançado (coberto de lepra) e ele veio quase que caindo aos pedaços mesmo. Por dentro pela vergonha, pelo preconceito e pela proscrição social. De todas as formas, ele não era mais um homem inteiro. Trazia consigo o último fio de esperança de poder ser alguém outra vez; trazia a sua súplica a Jesus. E o seu pedido é surpreendente: “_Senhor, se quiseres, podes purificar-me”.
Feche seus olhos, caminhe dentro da cena, entenda as palavras. Ele pede a purificação, não a cura. Porque sabia que a purificação só podia ser declarada se houvesse cura; mas também porque reconhecia estar diante de quem não só pode curar, mas também purificar, limpar de tudo; por fora e por dentro. Ele sabia que Jesus podia curar, mas será que o faria? No meio da multidão aquele homem conseguiu ficar diante de Jesus; a sós com ele. E pediu a única coisa que precisava: Ficar puro, cerimonialmente limpo e humanamente inteiro.
Ele pediu e seu pedido não ficou sem resposta. Mas a resposta não veio somente na cura que ele esperava, houve mais. Sempre há mais da parte de Deus, que é tão mais surpreendente e inesperado do que todo o resto. Antes de dizer qualquer coisa o Senhor estendeu a mão e o tocou. Ele não teve só que tocá-lo, mas precisou estender o braço para alcançá-lo com a mão. Ele o tocou. Há quantos anos um homem que não fosse outro leproso o havia tocado?! Há quantos anos o carinho e a compaixão não faziam sombra sobre ele? Há quantos anos sua noite de tormento não virava dia? A caridade que conhecia era colocada à disposição desde que ficasse a uma distância segura.
Não há nada em nós que possa manter o Senhor afastado de nós. Ele estende o seu braço e nos toca com a sua mão. Ele não teme a nossa contaminação, pois o amor que o levou à cruz a dissipa. Ele nos limpa com as suas palavras que são tudo e ao mesmo tempo a única coisa de que precisamos: “_ Quero, fica limpo”, “_ Fica inteiro outra vez...” Ele nos recebe no meio da multidão e fica ali, parado na nossa frente como ninguém ficaria. Ele nos ouve e nos responde; toca-nos e nos cura; nos limpa e nos perdoa. Depois nos manda obedecer ao que nunca deveríamos desobedecer. E quando voltamos pra casa não somos mais os mesmos.
Imagine a cena. Um condenado à morte certa pela enfermidade se levantou do chão curado e limpo e voltou para casa outra vez. Quando vamos aprender a trazer todas as nossas condenações aos pés daquele que pode nos livrar e salvar? Quando vamos nos prostrar de verdade e suplicantes para pedir o que realmente precisamos? Ser puros! Quando vamos reconhecer o que só Ele pode fazer e aceitar o que ele decidir fazer por nós? Para aquele homem, aquele toque valeu mais que muitos livros! A sua cura foi instantânea porque quem a fez foi Deus (Jo 8.36) e não uma doutrina de papel.
Jesus continua visitando nossas cidades, caminhando entre nós. Multidões continuam requerendo a sua atenção com o desejo único de ver seus milagres; mas quantos realmente querem ficar limpos?! Serem inteiros outra vez? É muito possível que Jesus te espere ir até onde ele está e fazer a sua súplica: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me, eu quero ficar inteiro outra vez!” Também é muito possível ouvi-lo dizendo pra você: “_ Quero, fica limpo; fique inteiro outra vez”.
Com amor, Pr. Hélio de Oliveira Silva
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