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Exposição 11 = Gálatas 3.23-29 - Sob a Lei Ou Em Cristo? (Sem. Rogério Bernardes)


Introdução:
Filme “As Primícias”
Contexto:
Em Gl 3:15-22, Paulo recapitulou 2.000 anos de história do AT, desde Abraão, passando por Moisés até Cristo. Mostrou como esses nomes estão relacionados entre si no desenrolar do propósito de Deus.
Agora Paulo passa a mostrar que esse desenvolvimento da promessa é mais que uma história do AT e da nação judaica. Mas como diz John Stott “é a biografia de cada um de nós, ou, pelo menos, de cada cristão”. Qualquer pessoa, ou está presa a lei, ou está libertada da lei. Ou está vivendo no AT ou no NT

Proposição:
Estes sete versículos mostram o antes e o depois, sem Cristo e com Cristo, como estávamos e agora como estamos.

I. ESTÁVAMOS SOB A LEI (v.23-24)
Paulo começa nos dizendo como era o estado em que os homens se encontravam antes que viesse “a fé”. É importante compreendermos que essa fé que o apóstolo se refere, não está em seu sentido geral, mas é específico. Pois encontramos fé na própria experiência de Abraão. Devemos, portanto, observar que “a fé” que Paulo se refere está ligada ao que ele diz no v.22, isto é, a fé centralizada em Cristo.
Dito isso Paulo passa a mostrar mediante duas figuras como essa Lei a qual estávamos subordinados atuava na vida dos homens.

a) Atuava como uma prisão?
“...estávamos sobre a tutela da lei e nela encerrados...”
Explicação:
Duas palavras nos chama a atenção aqui. evfrourou,meqa (froure,w), phroureo, “proteger com guardas militares” e sugkekleisme,noi (sugklei,w), sungcleio, “impedir” ou “engaiolar”.
Todas duas mostram que a lei nos mantinha sobre uma prisão de segurança máxima.

b)Atuava como um disciplinador?
“...a lei nos serviu de aio...”
Explicação:
Se atribuirmos ao texto o sentido da palavra “aio” dos nossos dias perde-se o sentido. O nosso dicionário diz que aio é “um educador de crianças ilustres ou ricas”. Não é esse o sentido do texto.
Um disciplinador tinha a responsabilidade de acompanhar a criança durante um determinado período. Ele não era responsável pelo ensino, mas por acompanhar ou escoltar a criança durante todo o dia. Era o chamado “paidagogos” que levava e trazia o menino à escola. A disciplina que ele exercia sobre a criança geralmente era muito severa, de tal forma que aquele que era colocado sob seus cuidados ansiava por chegar a hora em que seriam emancipados.
Ao comparar a lei como um paidagogos, podemos observar seu caráter temporário, pois ele só exercia autoridade sobre uma pessoa até certo tempo. O v.19 nos mostra isso; essa comparação também aponta nesse rumo e o v.25 nos confirma.

II. ESTAMOS UNIDOS COM CRISTO (v.19-22)
Nestes 4 últimos versículos, podemos ver 3 resultados dessa União com Cristo
a) Em Cristo somos filhos de Deus?
Deus é o criador e o mantenedor de todo o universo, mas é Pai somente de Jesus Cristo e daqueles que estão unidos a ele pela fé.
Explicação:
Cristo é o unigênito de Deus (Jo 3:16), nós somos adotados por ele em Cristo (Gl 4:5; Ef 11:5; Rm 8:15)

b) Em Cristo somos todos um (v.28)
De modo nenhum!
Explicação:
Coisas que normalmente nos diferenciam são: raça, categoria e sexo. O que Paulo está dizendo não é que elas deixam de existir, mas que não devem mais ter importância.
Ilustração: Aristóteles dizia que um escravo era um “implemento animado”, uma mera ferramenta que respira.
Josefo dizia que “A mulher, como diz a lei, é inferior ao homem em todas as coisas”.
Aplicação:
Se em Cristo somos um não podemos fazer diferença entre as pessoas.

c) Em Cristo somos semente de Abraão (v.29)
Percebemos a íntima relação deste versículo com os v.27 e 28 assim como entre os versículos 6-9 e 16-18.
Explicação:
Aqui Paulo volta a enfatizar o que já havia dito, que “pertencer à semente de Abraão não é algo determinado pela descendência física, e, sim, pela fé”.
Os judaizantes não podem exigir nada mais dos gentios além daquilo que é exigido dos judeus, isto é, “uma fé verdadeira e viva posta no Senhor Jesus Cristo”.

Conclusão:
Só existem duas categorias que o homem pode estar. Ou sob a lei ou em Cristo Jesus. Cristo é a promessa de Deus a Abraão. A nossa religião se caracteriza pela “promessa” e não pela “lei”.

Aplicações:
O que fazer diante dessas verdades que aprendemos?
Deus nos tirou de debaixo da maldição da lei, mas não por mérito nosso. Todos nós éramos iguais perante Deus, “não há um justo, nenhum sequer”. Mas Deus nos adotou em Cristo para sermos todos iguais perante ele, só que agora sendo filhos de Deus, justificados por Cristo. Contudo muitas vezes queremos viver como se fôssemos melhores ou mais merecedores de algum benefício do outros.
No meio do povo de Deus não pode existir diferenças entre raça, categoria ou sexo que influencie nosso convívio de forma negativa. Logo, precisamos observar se:
• Eu como marido, estou dando à minha esposa um tratamento digno de um “filho de Deus”.
• Também os patrões se ao se relacionar com os empregados tem a consciência de que estes não são simplesmente ferramentas que respiram, mas são “filhos de Deus”.
• E do mesmo jeito se quando olhamos para o Oriente, para a África, para os Índios, sofremos só de pensar que existem “filhos de Deus” ali, necessitando de receber o evangelho que os salvará (obs: incentivar a igreja por ser uma igreja missionária)

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