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Raabe


Raabe
(Josué 2; Hebreus 11.31)

O vento sopra nas palmeiras e as folhas farfalham uma canção que só o meu coração escuta: É preciso mudar; decidir seguir um novo caminho. As muralhas de Jericó são fortes e são altas, mas se ele abriu um mar, o que poderão fazer essas pedras? Elas não passam de poeira que o vento que vem do rio Jordão assopra! Ele secou as águas do Mar Vermelho diante dos olhos deles! O grande faraó do Egito e os reis amorreus das planícies dalém do rio não puderam resistir à força de seu braço. E nós?!

O Deus deles é o Senhor; Deus em cima nos céus e também embaixo na terra. Qual será a força de Baal diante de um Deus assim? Certamente não passará de um pálido mugido. As muralhas ruirão, e essa casa sobre os muros deixará de existir. Tudo o que fiz e construi se tornarão ruínas e pó para o vento levar. Não há mais nada para amar aqui, porque tudo vai passar (I Jo 2.15-17).

Os espias que acolhi e protegi me disseram que ele usará de misericórdia para comigo assim como fiz com eles. Ele é um Deus bondoso, justo e acolhedor, que não esquece nossos atos e abençoa aos que lhe obedecem, depositando fé nas suas promessas (Hb 11.31). Mas, e os meus pecados?! A vida que levo e os amores passageiros que conheci? Como viverei? Certamente tudo ficará bem. O seu povo andou no deserto quarenta anos e nada lhes faltou. Nada faltará para nós também (Sl 23.1). Em minhas mãos eu tenho uma fita escarlate que, disseram, será o sinal que garantirá a minha vida e da minha família.

Eu sei que o Senhor lhes deu essa terra! O seu juízo caiu sobre nós! Fico olhando da minha janela através desse deserto que a minha vida se tornou esperando a água pura que possa matar a minha sede e me dar esperança. Eu preciso de uma nova vida e agora entendo que o Senhor possa dá-la a mim e cercar-me de todas as alegrias que eu não tive. A segurança que não conheço... E o perdão que eu preciso... Acolher com paz os seus espias foi a melhor decisão. Ainda que o rei de Jericó me prendesse e matasse, é melhor esperar o favor de um Deus que pode salvar do que morrer nesse tipo de vida ímpia e sem paz que tenho aqui. Longe da verdade eu não quero andar nunca mais!

Eu atei a fita escarlate à minha janela, abracei o seu perdão; fechei a porta e esperarei a promessa chegar. Se Deus me guardar eu farei tudo diferente; começarei tudo outra vez e viverei uma nova vida. Eu obedecerei, guardarei sua doutrina e viverei no meio do seu povo. Eu lhe darei tudo que Baal e minha velha vida jamais me deram. Eu me entregarei a esse Deus fiel que não falha para servi-lo e amá-lo!

Cristo é a minha esperança de perdão e de salvação. Porque ele me dá a esperança de viver e de não perecer! O fino fio de sangue que aquela fita atada na janela representa é tudo o que preciso; é tudo que minha família precisa. Vamos obedecer e confiar. Vamos esperar o tempo chegar e recomeçar tudo de outra forma na nova terra que o Senhor dará ao seu povo. Essa vida que vivo em Jericó ficará para trás, para nunca mais voltar! Tudo se fará novo (II Co 5.17). Posso ouvir o som do povo marchar. Posso ver a história virar. Posso sentir meu coração palpitar. A minha jubilosa salvação está para chegar! (Jo 5.24).

Com amor, Pr. Hélio = 16/03/2011

Para ser publicado no Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO Ano XXII, nº12 de 20/03/2011.

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